No último ano a pandemia redefiniu muitos conceitos na nossa sociedade. Neste novo confinamento, vários profissionais foram obrigados a voltar para casa novamente, redefinindo também o conceito de produtividade.
Em pré-pandemia, os nossos dias eram centrados no trabalho. Entre a ida e a volta, facilmente ocupava 10 a 12 horas das 24 que temos. A pandemia fez-nos perceber que talvez não fossemos assim tão felizes, realizados ou saudáveis quanto gostaríamos de ser. Com toda esta situação, ganhamos horas para a família, conseguimos dobrar horas de sono e até aumentamos o quanto realizamos por dia.
Também se revê nesta situação? Até então vivíamos obcecados com a produtividade, tentando sempre potencializá-la ao máximo. No entanto, este novo tempo “extra” que acabamos por ganhar, cria uma pressão que é acrescentada ao conceito produtividade. Neste sentido, percebemos que está na hora de pôr em prática vários projetos adiados, ou finalmente ficar em forma e mudar a alimentação. Se até agora a desculpa era o tempo, pois então as desculpas acabaram.
Por outro lado, à medida que as empresas fazem esta alteração para o trabalho remoto, torna-se imperativo o registo de cada uma das tarefas cumpridas por parte de cada funcionário. Longe da vista, é necessário comprovar aos supervisores a sua produtividade.
Enquanto a pandemia continua, e fazendo cada vez mais sentido o termo do “novo normal”, não significa que perdemos a obsessão com a produtividade. Pelo contrário. Os dias passam e gostamos de nos sentir úteis, de evitar a qualquer custo o cair no vazio, mas talvez esta seja apenas uma rara oportunidade de reavaliar o que significa realmente o termo.
Vários profissionais estão a redefinir a sua produtividade, como consequência da pandemia, e a descobrir que a velha ideia de “produtividade = pressão e stress” não ajudou em nada a sua saúde, bem-estar e até o seu sucesso no trabalho. Neste momento, conseguimos olhar para as nossas escolhas de forma mais crítica e analítica, envolvendo o nosso EU inteiro – não somos apenas máquinas para trabalhar.
Este passo atrás a que a pandemia nos obrigou, não ajudou apenas a desacelerar vários profissionais, mas essencialmente a possibilitar uma melhor qualidade de vida. Trabalhadores felizes são acima de tudo mais produtivos, portanto não podemos deixar de concluir que às vezes é necessário dar um passo atrás, para depois dar dois para a frente.